quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Afago


Belo é o teu sorriso que sucumbe
Em cada final de entardecer deste meu Verão
Que minha modesta escrita se incumbe
De enaltecer meu sentir sem razão
São teus cabelos que afago
Sobre teu dorso em minha mão
Doces pupilas de meu vago
Que me ensandecem de paixão
Teus lábios em forma de beijo
Quase prontos de me ofertar
Nas asas de teu abraço um desejo
Que cabe a mim deslindar
Nos teus olhos um abismo
Que é feito de fogo e de calma
Num esgar doce o altruísmo
Num outro a mágoa da tua alma
Na tua face um ar disposto
A enganar-me com teu rubor
Que esconde em tuas maças do rosto
Toda a tua beleza e de mim teu amor
Teu pescoço que afaga
Uma cruz que se diz não ser tua
Que se crava em teus seios como adaga
E me renova o desejo de te ver nua
E teu corpo, quase como outro qualquer
Que me abstrai e me deixa sem jeito
Moldado no Olimpo em forma de mulher
Que se define numa só sentença, perfeito
Mas é tamanha a certeza
Que belo ser como tu não existe sem razão
Pois mulher de tamanha beleza
Terá eternamente  o afago de meu coração.