terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Alma que padece



Fechamos os olhos ao amor

E adormecemos para a vida

O divino que nos aparta a dor

Devém do profano que nos instiga

Amor, desata as tuas feições

Nas asas dum deus estimado

Como Niké que enche desmedidos corações

Na vitória de um sonho alado

Amor, volta para todo o sempre

Ao coração que por ti engrandece

Alma por ti demente

Que por tua ausência padece

Sê perene em mim nesta existência

Porque de dor, é feita de ti em mim tua ausência.

sábado, 12 de dezembro de 2009

O teu beijo

Lembro-me do teu beijo

Sublime doce e tão intenso

Forte, inesperado e cheio de desejo

Travo sacarino como o odor de incenso


Ardor brando que me arrepia

Em prazer de tamanha sensação

Pele de alperce aveludada e macia

Que me alimenta de paixão


Sabor intenso de frutos macios

Que tingem de cor meus pensamentos sábios

São amoras e framboesas de ramos bravios

Que por entre espinhos, se agigantam em teus lábios


Calor eterno que se mistura com o sabor salgado do mar

Sensação de vazio, se dos meus, vir teus lábios se amputar


sábado, 5 de dezembro de 2009

Desejo

Fitas-me no olhar

Dobrando em mim o ensejo

São beijos, que te quero arrancar

Da libido do teu desejo

Toco em teus cabelos macios

Que se amarram em minha face

São amarras de sonhos vazios

Que se fincam neste enlace

Toco teus lábios sedentos

Enquanto minha mão segura teu ser

Nossos beijos são rebentos

De desejo e de tamanho prazer

Toco teus seios

Que se agarram em minha mão

São anseios são devaneios

São desejos do coração

Sinto teu corpo quedado

Nos abraços que roubas de mim

Para ti sou tanto e não bocado

Sou a razão deste amor sem fim

Fito-te eu em teu olhar

Enquanto gemes silenciosamente em devoção

São dois corpos que se querem desnudar

Num só ser que renasce de paixão.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ausência

Obervo o doce sentir da queda

Que este Outono leva de mim

O sentimento que por ti eleva

Me dilacera e não parece, ter fim

É a tua ausência que se esmaece

Em cores quentes que me arrefecem sem sentido

Em sabor de teus beijos que minha boca esquece

Doutras Primaveras que me deixaram rendido

É teu ser, que do frio se recolhe

E o meu, que quase enlouquece

Que a cada dia a mim não me escolhe

Que o meu, que inverna mas não te esquece

Sou a folha perdida que dá lugar ao vazio

Na árvore por ti despida que suspira pelo estio.


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O dia de hoje


Neste dia penoso
De um cinzento chuvoso
Arranco palavras deste jardim
São de um Outono sombrio
Que este vento sacode em frio
São de minha tristeza, são de mim

São bocados de meu ser
Que me pisam sem eu saber
São restos do meu eu que tenho de alienar
São mágoas de contigo não ser
A cor que a felicidade sabe ter
São saudades que só tua existência sabe calar

São gotas sequiosas que minha vontade derruba
Num amanhecer que esconde o céu azul com a cálida chuva.