sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

Natal, não é ser

Ter, ou estar

É sentir, viver e

Amar

É sorrir sem sentido

Sentir com saudade

Da infância,

Do tempo perdido

De receber sem vaidade

É ver os olhos a brilhar

Das crianças, que o Natal enfeitam

Luzes brilhantes, sinos a tocar

Que por nossos sentidos se deleitam

É sentir o calor

Ajudar o próximo com brio

Sentir dos Homens amor

Neste Inverno,

Ou noutro ainda mais frio

É chorar por um desejo

Da criança mais pobre

Partilhar com ela o calor dum beijo

E sentir no nosso coração,

Ser esse o acto mais nobre.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dentro de ti


Adeus alma tal como és

Tal como jamais irás ser

És feita de Sol que sucumbe nas marés

Em cada fugaz entardecer

Digo-te que tem alma, quem

Em silêncio soube sempre te desejar

Se o tempo forte nunca esperou por ninguém

Serei eu débil, por todo este tempo por ti esperar?

Sei sonhar em ser o que para ti nunca serei

Quando em mim estiveres de prazer ausente

Se for feliz, em meu olhar só a ti te direi

Porque em mim, viverás tu para sempre

Viajo para perto do Paraíso, onde me venho contigo encontrar

Não há má sorte nem mau juízo que me faça por ti ceder de amar.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Guardo o teu sorriso



O beijo que me deste

Não durou o tempo de eu provar

As palavras que disseste

Que “para sempre te irei amar”

Os olhares que me furtaste

Morrem sempre que adormeces

Alegria do olhar que me roubaste

Aquando a cada manhã os meus, esqueces

O sorriso que me ofertaste

De mim nunca será perdido

Pois não foste tu que o guardaste

Mas dentro de mim está escondido

Todo o amor que me deste sem aviso e sem razão

Está guardado junto ao teu sorriso, bem dentro do meu coração!




sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tamanho amor


Qual amor se compara?

Mais do que à vida, à família e à razão

O sentir sem sentido que não pára

Como fome que urge de paixão

Qual tamanho amor, poderá ser o nosso

Que em nossa pátria, terá ecoado uma só vez

Se maior, dizer não posso

Igual, direi eu, ao de D. Pedro e de D. Inês

Somos como eles também

De dois universos diferentes

Que se tocam e se enterlaçam tão bem

Se desejam como Deuses irreverentes

E se assim te amo como ninguém

Só assim almejo ser amado e ser em ti alguém.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fim de tarde




Amarro teu corpo em meus braços

E beijo teus seios quase despidos

Não sei se serão rudes meus abraços

Mas são de pejo de desejos escondidos

Beijo tua boca cobiçosa

De sede de beijos meus

Que sobram de saudade sequiosa

Dos meus beijos que são teus

Aparto tuas pernas sedentas

Com a ajuda da libido que sobra de ti

É com teu vaso que me enfrentas

Como livro de poemas que eu te escrevi

Sou eu agora ser dentro de ti

Num sorriso teu que me esclarece

Que és prazer que jamais vivi

És vida em mim que acontece

Caminho eu dentro de teu ser

Em bruscos movimentos demorados

Que enchem teu corpo de prazer

E nos deixam para sempre enamorados

Quero cada pedaço teu sentir

No falo que o teu corpo reconhece

Quero-te agora ver vir

Com esse teu fulgor que me enlouquece

Amas-me agora mais do que jamais

E revejo isso em teu olhar cintilante

Somos almas gémeas, somos iguais

Mas tu para mim, és simplesmente deslumbrante.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Não te esqueço



Fico à tua espera como sempre esperei

No silêncio da minha alma e da tua ausência

Arrependido dos momentos que não te amei

Por entre assomos de recato e de decência

Não capitulo com os dias que passam

Mas sim com os segundos que em mim tropeçam

Que me relembram os beijos que já não se enlaçam

E os teu sorrisos que em mim não cessam

Serás sempre o sonho que eu previ

Pois tu és o abraço que me dá guarida

A ausência que me aparta de ti

Só me determina que és o amor da minha vida

Não te esqueço nem te evito

Do meu pensamento por vezes tão amargurado

Ecoas na minha alma como um grito

Que quase te consigo vislumbrar em qualquer lado

Aproxima-te das palavras que te escrevo

E relembra nossos olhares que se desprenderam

Aconchega-te em nossos sonhos sem medo

E relê nossos poemas que em meus olhos se perderam

Quero que saibas que és a única verdade

Que me sustenta o desejo e me abranda a dor

Porque serás sempre a minha vontade

De te ter, como o meu único grande amor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O ser que sou


Nunca serei eu parte da tua incerteza

Porque bocados de ti hoje eu sou

Se houve duvidas hoje há certeza

Que o amor por ti nunca se acabou

Tu dás-me audácia de sentir

O ser o eu que sempre ansiei ser

De viver a vida vendo-te sorrir

Em cada raiar de sol do amanhecer.

O ser que sou?

É também de alguma tristeza que em mim se quedou

Mas também é feita de teimosia que não sei evitar

A perseverança que me queres esconder

A beleza de cada, teu olhar

Com minha libido que cresce por te ver

Sou a calçada da rua

Que com a chuva me vieste beijar

Agora sou metade Sol metade Lua

Sou terra e fogo e agora também a água e o ar

Sou o fruto da tua elegância

Da simbiose do teu sorriso com o meu

Sou poeta que respira tua fragrância

Num perfume de amor que sonho ser só meu.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O meu pai avô (Em memória de um amigo)


Os anos que passaram por nós

Deixaram-me marcas indeléveis

Como o suave sussurro da tua voz

Como entre outros, os teus olhares tão débeis

Eras o pai o avô o pêndulo o patriarca

Que segurava nosso Mundo em teus dons

Teus gestos deixam em nosso ser tua marca

Que nos afaga e nos encurta em tuas mãos

Olhamos-te quase sem esperança de rever

O Homem que em nós cresceu e nunca nos deixou sós

Esse vulto de experiencia e de saber

Que se exulta em nosso peito e na alma de todos nós

Quase não necessitavas de te afirmar

Porque te ouvia-mos, sempre calados

E de nós nunca careces-te de escutar

Os sonhos que por ti, há muito foram conquistados

Fazes agora sem eu saber parte de mim

Porque eu sou este tu, por ter crescido contigo

Para outros a morte, parece ser o teu fim

Para nós a sorte, de te ter tido como amigo!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Asas de vento


Voa na asa do vento leve

Que se cuida por velar tão veloz

Vive esta visão que em breve

Escassamente viverá dentro de nós

Agarra o céu com as garras

Que se cativam no teu olhar

Lança desse elevado tuas amarras

Que me deixam perceber que só a mim me estás amar

Desfralda as tuas asas cerradas

Mesmo no ínfimo sopro de vento

Que de ónus é apartado as almas aladas

Quando se quedam no sonho do firmamento

Não te deixes de quedar do devaneio que se esconde em teu peito

Que sonhar não é dormir, é viver um amor perfeito.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O teu olhar




Podem nos mapas ler

Que nunca existiram tais ilhas cartografadas

Mas só alguns, como nós dois conseguirão ver

O quanto elas estão Longe e imensamente erradas

Alguns podem por momentos não saber

Como sonhar, com mares infinitamente perdidos

Mas só alguns, como nós dois podem entender

A paixão que nos faz perdidamente almejar

Os sentimentos que para outros

Serão eternamente escondidos

Podem por momentos crer

No que os teus regaços não sentem

Que não há noção que possa entender

Nossos beijos e abraços

E que nunca nossos olhos mentem

Mas podem sem de nós temer

Olhar a rosa-dos-ventos

E teu nome em mim se decifrar

Mas por meus olhos jamais irão entender

Os meus tamanhos sentimentos

Que apenas cintilam, em teu nobre e doce olhar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

És Primavera




És frescura

e felicidade num trevo

Arrancado por mim,

à luz do amanhecer

Poesia,

Que nem se quer me atrevo

Em ousar pensar,

sonhar,

ou se quer descrever

És o Sol,

que me encanta

Chuva,

que em mim se enxuga

e me lava a alma

Vento,

Que me sussurra enquanto canta

E me abstrai,

Em tamanha calma

És sabor de mel

Que sonho provar

És as palavras que faltam neste papel

E que poucas consigo arrancar

És o ribeiro,

Que me percorre

e me deixa,

ansioso de o beber

Desejo,

proibido que em meu corpo incorre

Em tamanho,

extremo e louco prazer

És a maior dor que sinto

De que só quem não ama

Não a consegue sentir

Sonho adiado,

Que em mim minto

De tua presença,

que revejo todos os dias,

de mim partir.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sonho




Sonho em voar

Contigo na minha asa

Esquecer a sonhar

O céu ser nossa casa

Sonho em cortar o vento

Sentir-mos a brisa do mar

Saudar cada momento

Com o desejo de te beijar

Sonho em repousar

O desejo intenso de minha procura

Descansar de procurar

O sonho ou a loucura

Sonho ver-te sorrir

Sempre de mim perto

Sonho teu corpo sentir

Sem medo do incerto

Sonho ver-te chegar

Onde o sonho parece fugir

Ver-te e sentir que estou a tardar

Sempre que para teus braços vou partir

Sonho em te beijar

Sonho em te sentir

Porque aquele que deixa de sonhar

O sonho do possível deixa fugir.

terça-feira, 23 de março de 2010

Penosa sorte

É como noite fria de Inverno

Que jamais de minha vida há-de cessar

De dor e dum frio eterno

Que o calor de teu sorriso não soube alcançar

É de mágoa minha ilusão

Que se apagou em teus braços

Que caminha só e sem perdão

Na míngua saudade de teus abraços

É de pesar meu sentimento de vida

Que não te encontra em lado certo

Que em teu coração tomou partida

E me quedou em sentimento incerto

É de vergonha que minha alma se encolhe

Que por amor se quis quedar

Que em palavras se tolhe

E não mais tua boca há-de beijar

É de amor meu tamanho desencanto

Que me deixa moribundo e em termino desnorte

Não terei eu em minha existência como o teu tamanho encanto

Que me devolva em vida esta penosa sorte.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A minha namorada

Ela ainda não sabe

Nem sei se lhe deva dizer

O amor que em mim não cabe

É a ela que devo oferecer

Ela sorri para mim

Sempre que por mim chama

Ela é tudo para mim

Sem saber que me ama

O coração dela não sabe dizer

Porque se aligeira quando por mim passa

Mas nunca ela quis saber

Que só ela, para mim tem graça

Ela sonha sempre comigo mesmo estando acordada

Ela só sabe que sou seu amigo mas não sabe que é minha namorada.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Inverno da tua ausência



O frio de teu abandono

Não queima a íris de meu ser

Apenas me acanha o sono

Nas noites que contigo não sei adormecer

O silêncio do teu poente

Não oculta os gemidos de minha dor

Apenas à morte me deixa indiferente

Mas em vida enfatiza teu amor

A chuva da tua ausência

Não afoga o sonho de te ter

Apenas lava de minha alma a inocência

Em lágrimas carregadas de meu sofrer

O Inverno em que te escondes de meu ser

É apenas o pretérito da Primavera que está prestes à acontecer .