segunda-feira, 2 de março de 2015

Lábios encarnados


Perdoa meus lábios
Pois de mais nada querer saber
Apenas de teus lóbulos cálidos
E em teu corpo acharem prazer
Perdoa meu olhar
Que em teu corpo se derrama
Como cálice por beijar
O ébrio vinho de tua chama
Perdoa meus sentidos
Que de ti são arrancados
Feitos de frutos silvestres proibidos
Que brotam de teus lábios encarnados
Nega em vão meus desejos de sonhar
Pois a busca de teu perdão termina em mim, no teu beijar


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Afago


Belo é o teu sorriso que sucumbe
Em cada final de entardecer deste meu Verão
Que minha modesta escrita se incumbe
De enaltecer meu sentir sem razão
São teus cabelos que afago
Sobre teu dorso em minha mão
Doces pupilas de meu vago
Que me ensandecem de paixão
Teus lábios em forma de beijo
Quase prontos de me ofertar
Nas asas de teu abraço um desejo
Que cabe a mim deslindar
Nos teus olhos um abismo
Que é feito de fogo e de calma
Num esgar doce o altruísmo
Num outro a mágoa da tua alma
Na tua face um ar disposto
A enganar-me com teu rubor
Que esconde em tuas maças do rosto
Toda a tua beleza e de mim teu amor
Teu pescoço que afaga
Uma cruz que se diz não ser tua
Que se crava em teus seios como adaga
E me renova o desejo de te ver nua
E teu corpo, quase como outro qualquer
Que me abstrai e me deixa sem jeito
Moldado no Olimpo em forma de mulher
Que se define numa só sentença, perfeito
Mas é tamanha a certeza
Que belo ser como tu não existe sem razão
Pois mulher de tamanha beleza
Terá eternamente  o afago de meu coração.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Raiva



Sob o meu lar
A imagem de tamanho tesouro
Correndo devagar
O meu rio que se chama Douro
Hidranjas de tamanhas cores
Em varanda de xisto acizentado
Que fazem lembrar  todos os amores
E o meu que em ti perdi bocado
É um rio que fere
Um olhar quase apaixonado
Numa fragância que sugere
Um suspiro  dum contemplar arrebatado
É uma imagem de Raiva
Que se cala em im em conflito
É mais uma terra de Paiva
Que me  ensandece num só grito
É o céu que descansa no monte
E que se refresca no estio
E  se esconde com vergonha no horizonte
Como nenúfar delicado  no rio
É o céu e o éden que eu cito
Que se guarda no meu horto
É um olhar sobre o infinito
Que nestas águas me levam até ao Porto.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Do fundo do coração


Do fundo do coração
Digo-te que podemos tentar
Outra vez dar a mão
Outra vez te poder amar
Não desperdiçarei  um desejo
Um minuto sequer
Não adiarei qualquer beijo
Porque te quero mulher
Quero agarrar sem aviso
O cair duma lágrima qualquer
Segurar em mim o teu sorriso
Sempre que teu desejo quiser
Quero ser teu
Sem dúvidas daquilo que não percebo
E todo o teu encanto quero que seja meu
Sem receio e sem medo
Quero arder do teu olhar
Que por mim muda de cor
No inferno de não te poder amar
No sabor de teu doce beijo
 Raio de luz de meu vitral
Adaga cravada em minha dor
Desejo em ti doce e sensual
Que se esvai  apenas de amor
Bem no limite de minha dor
Quero a brisa de teu vento
Nas amarras de teu desejo
Paraíso meu roubado no tempo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Na dança da brisa


Dá-me o agrado desta última dança
Mostra-me que esta noite não tem fim
Dá-me essa  doce sedução de esperança
Dança comigo, mesmo que finjas que não gostas de mim
Por favor guia meus passos
Segura-me e dá-me alguma calma
Sussurra em mim teus meigos abraços
Aperta minha mão e afaga minha alma
Dá-me esse teu sorriso sedutor
De menina que se esconde na mulher
Que desconfia  de meu amor
E me nega como a outro qualquer
Perguntas o porquê de  tanto tempo
Mas  sabes que nunca te esqueci
Longos e cruéis foram todos os momentos
Que de tua ausência vivi
Doce sensação faz-me voar
Na dança da brisa de tua bela sedução
Teu corpo que me sufoca e faz sonhar
Com tua doce e enorme paixão
Paro e percebo como és bela
E que sempre me quiseste bem
Desarmo  tua alma singela
E  percebo que sem ti não sou ninguém
Doce salvação deixa-me sempre no teu corpo dançar
E para sempre em teu coração,  ternamente tomar lugar.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Meu Outono



Quando as estrelas se apagam
Já não consigo ver o teu olhar
Onde tuas lagrimas me afagam
Em abraços que me querem amar
Tua boca doce que perdi o sabor
Em quentes e meigos beijos salgados
Da qual me arrebata do corpo a dor
E nos deixa outra vez enamorados
Do teu cabelo que se queda em mim
Como cachoeira de água cintilante
Que esconde tesouros de riqueza sem fim
E me fazem de ti teu único amante
Teu corpo que quase me mata
E me diz que não te perdi
Onde juntas teu sorriso que me arrebata
Que me prova que nunca te esqueci
És razão que persigo
Por vezes sem modo e qualquer jeito
Não é o poeta que sonha contigo
Mas sim apenas um homem imperfeito
Serás sempre o brilho de minha retina
E não o brilho dum olhar qualquer
És corpo e cara de menina
És sonho doce de mulher.
És Prmavera no meu Outono
Que se queda em mil folhas dum poema
Sensação de presença e abandono
Suave perfume de alfazema
És matiz castanho ou encarnado
Brisa de mar e vento norte
Desejo de equinócio apaixonado
Deleite e dor de minha sorte.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

O teu sorriso

Bela mulher de sorriso alado
Que brota de teu ser e desatina
Belo anjo de sonho alado
Rebento doce de quase menina
Não és sonho és mulher real
De todos o mais sublime ser
És princesa és santo Gral
Lábios doces que eu quero ter
És sorriso perfeito e tão belo
Que eu resumo num doce beijo
És orvalho fresco de jeito singelo
Fragância ou perfume de meu desejo
És claustro que quero arrombar
Em cada pétala de teu rir
Flecha de cupido que faz sangrar
Cada bocado meu, que te vê partir
 És a bela Vénus de Milo
Que em palavras tento esculpir
Ísis deusa de meu Nilo
Que se resume em teu sorrir
És menina apaixonada que todo homem deseja e quer
És bela enamorada, és um sonho de mulher.