terça-feira, 29 de junho de 2010

O meu pai avô (Em memória de um amigo)


Os anos que passaram por nós

Deixaram-me marcas indeléveis

Como o suave sussurro da tua voz

Como entre outros, os teus olhares tão débeis

Eras o pai o avô o pêndulo o patriarca

Que segurava nosso Mundo em teus dons

Teus gestos deixam em nosso ser tua marca

Que nos afaga e nos encurta em tuas mãos

Olhamos-te quase sem esperança de rever

O Homem que em nós cresceu e nunca nos deixou sós

Esse vulto de experiencia e de saber

Que se exulta em nosso peito e na alma de todos nós

Quase não necessitavas de te afirmar

Porque te ouvia-mos, sempre calados

E de nós nunca careces-te de escutar

Os sonhos que por ti, há muito foram conquistados

Fazes agora sem eu saber parte de mim

Porque eu sou este tu, por ter crescido contigo

Para outros a morte, parece ser o teu fim

Para nós a sorte, de te ter tido como amigo!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Asas de vento


Voa na asa do vento leve

Que se cuida por velar tão veloz

Vive esta visão que em breve

Escassamente viverá dentro de nós

Agarra o céu com as garras

Que se cativam no teu olhar

Lança desse elevado tuas amarras

Que me deixam perceber que só a mim me estás amar

Desfralda as tuas asas cerradas

Mesmo no ínfimo sopro de vento

Que de ónus é apartado as almas aladas

Quando se quedam no sonho do firmamento

Não te deixes de quedar do devaneio que se esconde em teu peito

Que sonhar não é dormir, é viver um amor perfeito.